sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

FAFIPA e UEM - 02

Reproduzo aqui comentário do Professor Augusto feito no Blog do companheiro Valmir Trentini. É mais uma contribuição ao debate acerca da incorporação da FAFIPA à UEM. E você o que pensa a respeito?

Quero aqui manifestar meu pedido público de desculpas àqueles que se sentiram ofendidos com meu último pronunciamento.

Me pareceu que as idéias propostas pelo interlocutor que baseia suas afirmações na figura do Sr. Olavo de Carvalho, descambaria para as análises excludentes e desqualificatórias que aquele senhor professa.

Já vi em outros lugares esse tipo de discurso, e sinceramente ele não leva a nada. Me deixei levar pela cortina de fumaça criada e cai na armadilha. Ninguém acerta sempre. Reconheço que errei.

Escusas proferidas, volto ao debate.

A discussão proposta está localizada no campo das idéias. Portanto minha primeira idéia de como pode se desenvolver o processo de fusão baseia-se em uma série de hipóteses. E acredito que as discussões geradas devam ser entendidas e encaminhadas tendo em vista um sentido coletivo de ação.

Acredito que assim como o jovem Cleber Viotto, muitos jovens acompanham atentamente o debate.

Sendo assim quero voltar minha atenção aos questionamentos que foram propostos de forma muito lúcida e clara. Procurarei respondê-los no campo hipotético, haja vista a necessidade de se construir um processo de transição para o sucesso da incorporação.

Se me perguntassem: “Vai ser simples a fusão?” Responderia categoricamente que não. Assim como não foi simples a criação da Unespar, que surgiu com uma personalidade múlti-campi, ou seja, várias faculdades estaduais distribuídas pelas mais diferentes regiões do Estado, aglutinadas em uma única sigla. E que atualmente passa por um processo de desmantelamento. Não tenho todas as respostas. Mas vamos às questões:

1 - Quais as reais condições de autonomia que a UEM daria à FAFIPA?
Penso que em ocorrendo uma fusão UEM/FAFIPA, vários passos teriam que ser executados. O primeiro deles está sendo dado, e bem. E reside na discussão aberta que travamos atualmente através dos blogs. O ponto positivo é que a discussão sobre “sim vamos”, ou “não, não vamos”, ocorre fora dos gabinetes burocráticos com uma intensidade bastante interessante. Quando da criação da Unespar discutimos internamente na FAFIPA quais as conseqüências, vantagens, desvantagens que esse processo acarretaria a todas as partes envolvidas. Já naquela época a questão da criação de uma Universidade própria em Paranavaí gerava uma série de posicionamentos, tanto contra, quanto a favor, também naquele momento aventava-se a possibilidade de uma fusão. E as mesmas angústias nos afligiam. Diferentemente do que ocorreu com os outros campi da UEM, que tiveram que ser fisicamente construídos (instalações físicas, laboratórios, bibliotecas, dentre outras) e conseqüentemente ter iniciado um processo de contratação de pessoal docente e técnico administrativo, a FAFIPA já sairia em vantagem, porque tem corpo docente, quadro de funcionários e instalações físicas. Claro que a ampliação destes quadros sempre será muito bem-vinda. Entendo que a vinculação da FAFIPA a UEM, obedeceria a um projeto maior de desenvolvimento regional. Não considero essa questão como mera subalternidade, ou perda de identidade, considero uma alternativa viável na busca pelo crescimento.

2 - Quais os benefícios que a fusão traria a cidade, e quais os pontos que reforçam essas cogitações?
Esse questionamento, acredito, já foi respondido em duas ocasiões: pela Secretária de Ciência e Tecnologia, professora Lygia Pupato quando de sua visita à Paranavaí. (O áudio da entrevista realizada em 23/11/2008 está disponível no blog do valoroso Joaquim de Paula, e foi obtido pelo pessoal do Jornal do Meio-Dia). Como também pelo professor Mário L. Neves, Vice-Reitor da UEM, em seu diálogo com o pessoal da ACIAP. Aqueles que estiveram presentes nestes dois momentos podem responder essa questão com muito mais propriedade do que eu.

3 - Quais os cursos que os senhores pretendem trazer à cidade assim que a FAFIPA se tornar universal? Acredito que os cursos que a sociedade organizada e a comunidade paranavaiense se mobilizar e reivindicar para tal. Seria ingenuidade minha dizer, “vamos implantar o curso X ou o curso Y” é necessário refletirmos, estudarmos e analisarmos qual vocação/necessidade precisamos atender para positivar o desenvolvimento regional. Como exemplos de mobilização da comunidade em torno de seus anseios, destaco a cidade de Cianorte, conhecida nacionalmente pelo seu pólo de confecções, e que dispõem de dois cursos voltados à área da indústria de confecções, Moda e Design. Por último cito a cidade de Umuarama que é detentora de reconhecida vocação agropecuária, e que abriga cursos voltados à potencialização de suas vocações regionais; são eles: Medicina Veterinária e Agronomia, bem como Tecnologia em Alimentos, Tecnologia em Construção Civil e Tecnologia em Meio Ambiente. No âmbito da Universidade, a mobilização em torno de ideais é uma prática constante, salutar e necessária.

4 - Quais as pesquisas que hoje nas áreas já exercidas pela FAFIPA, poderiam trazer um reconhecimento para a cidade, à partir de uma possível verba maior chegando à universidade?
A meu ver, na FAFIPA, já fazemos o máximo possível com o material humano que temos. Destaco a valorosa atuação dos colegas do curso de Enfermagem com suas ações na área da saúde pública. Os professores vinculados ao NUPARA, com suas ações voltadas para a área da ecologia, agro-ecologia, gestão ambiental, e afins. E os demais colegas com projetos de ensino em desenvolvimento.
No meu entendimento, poderíamos fazer muito mais se nos fossem dadas a autonomia didático financeira de que dispõe a Universidade. Sendo assim, destacarei dois pontos com a sua conseqüente vinculação. (colegas professores fafipenses, se eu estiver equivocado, por favor, me corrijam). A Iniciação Científica, processo de inserção do acadêmico em uma cultura de produção do conhecimento científico através de projeto de pesquisa e a conseqüente disseminação dos resultados alcançados, é um fenômeno recentíssimo na FAFIPA. Na Universidade, essa ação ocorre com mais freqüência e intensidade, pois está ligada, entre outros fatores, à qualificação acadêmica do professor e à sua Dedicação Exclusiva à IES, que também é um processo muito recente. (Não vou dizer inédito, pois já ocorreu em um momento histórico no qual eu não estava presente e portanto não saberia dizer porque não perdurou. Valeria a pena perguntar aos colegas professores fafipenses com mais tempo de casa que eu). A dedicação exclusiva pressupõe Tempo Integral para se dedicar às atividades de Pesquisa e Extensão. No ensino superior essa ação é denominada TIDE, Tempo Integral e Dedicação Exclusiva. Neste regime de trabalho o professor elabora um projeto de pesquisa ou extensão, e conseqüentemente abre mão de outras atividades profissionais fora do âmbito da IES para se dedicar integralmente à instituição. (LEI Nº 14825 - 12/09/2005 Publicado no Diário Oficial Nº 7059 de 13/09/2005).Outro ponto a destacar é o da necessidade de se ocupar integralmente as dependências físicas da FAFIPA, segundo dados de 2005 (infelizmente o site da FAFIPA não está atualizado neste sentido) a FAFIPA atende por volta de 2400 acadêmicos, se fizermos uma estimativa rápida e multiplicarmos esse valor por 2,5 (já que alguns cursos ocorrem durante o dia), teríamos por volta de 6.000 acadêmicos se dirigindo à Instituição diariamente.

5 - Quais os indicadores de previsão de um crescimento da cidade com essa possível fusão?
Difícil de responder, porque resultados dessa envergadura não surgem do dia para a noite, e sim a médio e longo prazo. Neste caso, creio eu, deveria existir uma pesquisa prévia, que demonstre quais são as condições atuais, para depois se efetuar uma pesquisa posterior que indicasse quais os dados passíveis de comparação. Algo no gênero “antes e depois”. Como disse em outro momento, desconheço se existe tal instrumento de pesquisa em Paranavaí. Mas creio que, em se unindo a faculdade à UEM, o afluxo de pessoas buscando uma vaga seria o primeiro indicador de crescimento. Talvez os colegas leitores que acompanham a discussão através do blog tenham mais subsídios e possam contribuir mais na resolução desta questão.

6- E se caso essa fusão não ocorrer, o que os senhores que são a favor fariam para levar a faculdade ao nível de universalidade?
Considero essa questão tão importante quanto as outras acima listadas. De minha parte, seguiria trabalhando pela melhoria da qualidade do Ensino Superior, continuaria buscando, através dos estudos em nível de pós-graduação, o crescimento profissional e acadêmico, e idealista que sou, acredito que teríamos que novamente nos mobilizar, regionalmente e politicamente, e buscar meios de fazer os governantes ouvirem nossas reivindicações. Para finalizar, cito um exemplo recente deste outro tipo de mobilização que ocorreu com a criação da Universidade do Norte Pioneiro, que congrega a FAFIJA, a FAEFIJA, a FUNDINOPI em Jacarezinho, e engloba a FACICOP, de Cornélio Procópio e também a FALM, de Bandeirantes. Notem que são três cidades em torno de um projeto universitário conjunto. Como afirmei anteriormente... “uma andorinha só não faz verão”.

Saudações acadêmicas a todos !!!
Prof. Ms. José Augusto Alves Netto – DHI – FAFIPA.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

FAFIPA e UEM

Já não é a primeira vez que a FAFIPA é palco de debates sobre incorporação à UEM ou transformação em Universidade e etc. De tempos em tempos ouvimos estas conversas nos corredores. Pena que nós alunos, os principais atingidos por qualquer mudança, ainda não tivemos a oportunidade de conhecer de perto os prós e os contras de qualquer mudança.

Há textos que correm pela Internet com argumentos a favor, em virtude da experiência docente, aponta três pilares básicos a favor da incorporação à UEM. São eles: Ensino, Pesquisa e Extensão. Coisas que todo aluno da FAFIPA sabe estar em falta em nossa instituição. Há professores que “fazem bico” na FAFIPA; As monografias não possuem o acompanhamento necessário e pesquisas não são incentivadas, afinal, não se tem laboratórios e chega-se até ao cúmulo de simplesmente queimar documentos, como ocorreu com algumas revistas antigas; Extensão então, ninguém sabe o que é isso.

Há outros textos que tenta expor uma opinião contrária, mas com uma série de argumentos ao vento e que parece sustentar-se apenas em um regionalismo exacerbado, como se Maringá fosse inimiga mortal de Paranavaí e Região (o “Região” é por minha conta, afinal, não sou paranavaiense e o autor do texto em momento algum parece se preocupar com o entorno de sua cidade). Não posso concordar com esta tese. Além disso, o texto aqui debatido cita Olavo de Carvalho, um sujeito sem a mínima credibilidade e que acredita que existe uma conspiração comunista prestes a tomar o poder na América Latina, veja se pode? Cita Lênin, ao meu ver, de forma equivocada, pois o revolucionário russo foi o que melhor entendeu a “filosofia da práxis”. Por fim, cita ainda Antonio Gramsci, pena que mais uma vez de forma equivocada, pois a “guerra de posições” (conquista da sociedade civil) caminha junto com a guerra de movimento” (conquista da sociedade política), uma vez que no Ocidente, ao contrário do Oriente, existe o “Estado Ampliado”. Mas talvez Ciência Política não seja o forte do autor do texto.

O argumento de que a UEM “roubaria” os melhores professores e aplicaria em Maringá as melhores pesquisas, é também sem fundamento e fica a impressão de que o autor tem medo de ver Maringá progredir e sua querida Paranavaí não. A impressão que dá é de que, na visão do autor, ele não quer ver sua cidade perder o status de pólo regional diante das demais cidadezinhas vizinhas.

Transformar a FAFIPA em extensão da UEM é sim fortalecer a instancia de ensino superior já existente por aqui. Ora, não trata-se de uma simples placa ou cabeçalho no diploma. É muito mais do que isso. Não sei se a maioria sabe, mas a UEM possui orçamento próprio, não precisa ficar choramingando migalhas junto ao governo estadual. Trazer novos cursos de graduação e pós-graduação seriam mais fáceis com a incorporação. Quem ganharia com isso, a população de Paranavaí e Região. Garanto que não seria a população ou os empresários de Maringá.

Clamo por uma discussão acadêmica, sem picuinhas e ciumeiras bairristas que nada contribuem para o encaminhamento do debate. Apresentem prós e contras, seria muito mais interessante. Discursos ideológicos fragmentados e que apelam para o “a minha cidade é melhor que a sua” ou então “a minha cidade deve se desenvolver e a sua não” ou ainda "a sua cidade vai roubar o que há de melhor na minha" levam a lugar algum, afinal de contas, penso que o progresso de Maringá é também o progresso de Paranavaí e Região. Chega de coronélismo!

Cássio Augusto S. A. Guilherme - Bacharel e Pós-Graduado em Direito pela UNIPAR/Paranavaí; Graduando e Pós-graduando em História pela FAFIPA.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Revista Veja e a Educação:

A Revista Veja é mesmo muito cômica. Recentemente publicou uma matéria com a ousadia de ser “um verdadeiro divisor de águas na história da discussão educacional brasileira”, mas que na prática serve, como vem servindo ultimamente, apenas como mais uma retórica em defesa do “não há alternativas”. Quero socializar aqui alguns trechos que seriam cômicos, caso não fossem trágicos na doutrinação reacionária de seus leitores:

“Muitos professores e seus compêndios enxergam o mundo de hoje como ele era no tempo dos tílburis. Com a justificativa de ‘incenivar a cidadania’, incutem ideologias anacrônicas e preconceituosas esquerdistas nos alunos”.

Só seriam anacrônicas se não existisse mais o modo de produção capitalista.

“uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças”

Uma tendência prevalente na mídia brasileira de direitizar os leitores.

“Não é bobagem. A doutrinação esquerdista é predominante em todo o sistema escolar privado e particular”.

Acho que eles queria dizer público e particular né. A doutrinação neo-liberal predomina em Veja.

“Pobres alunos”.

Pobres leitores de Veja.

“Estão sendo preparados para viver no fim do século XIX, quando o marxismo surgiu como ideologia”

Marxismo não é uma ideologia.

“É embaraçoso que o marxismo-leninismo sobreviva apenas em Cuba, na Coréia do Norte e nas salas de aula de escolas brasileiras”

Eles sempre têm que arrumar uma forma de falar “mal” de Cuba.

“Gostam muito dele, fariam tudo por ele, menos é claro, lê-lo – pois Karl Marx é um autor rigoroso, complexo, profundo que, mesmo tendo apenas uma de suas idéias ainda levadas a sério hoje – a Teoria da Alienação -, exige muito esforço para ser compreendido”.

Realmente, ler Marx não é simples e não apenas a sua teoria sobre a Alienação que é válida, como também a mais-valia, seus apontamentos sobre a acumulação primitiva e muitas outras coisas.

“Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara”.

É histórico o ódio que Veja tem pela figura de Che Guevara

“Idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização”.

Muita calma nesta hora. Falar de Che e Cuba vá lá, agora reduzir Paulo Freire a isso já é demais. Prova-se apenas que não leram Paulo Freire, um educador reconhecido no mundo todo e com métodos de alfabetização de adultos utilizados em todos os continentes da terra.

“Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história humana”.

Não que Einstein não seja um dos maiores gênios da história, mas ao tratar de educação, Freire da de goleada. Mas é típico de Veja, o brasileiro só é bom quando é um mega-empresário e etc...

Ainda tem na catastrófica reportagem alguns péssimos comentários a trechos de livros didáticos, que são um deleite para ver o desespero de Veja em tentar sustentar sua ideologia. Destaco aqui apenas dois:

“ ‘Muitos agricultores e vaqueiros seguiram o Conselheiro para fugir da exploração e da miséria a que estavam submetidos pelos fazendeiros da região (...) Nessa comunidade (Canudos) o trabalho e a produção eram divididos igualmente. Não havia cobrança de impostos nem polícia’ (História, pág. 93, Ed. Moderna) COMENTÁRIO: Euclides da Cunha, em Os Sertões, relata que Antônio Conselheiro era um psicopata que atraiu com sua pregação mística ‘um exército de gente ínfima e suspeita, avessa ao trabalho’”.

Veja faz mal uso de um trecho do livro de Euclides da Cunha. Aliás, os jargões de Veja são os mesmos usados contra o MST. Normal para uma revista que representa uma classe. Nas palavras de Josué de Castro: “O Brasil é dividido em dois grupos: os que não comem e os que não dormem com medo dos que não comem”. É visível o lado de Veja.

“ ‘A realidade demonstrou que as medidas neoliberais dos últimos governos agravaram a miséria e a concentração de renda no país. (...) No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil ficou em 72º lugar’ (Das cavernas ao terceiro milênio, História, pág. 290, Ed. Moderna) COMENTÁRIO: Só no ano passado 6 milhões de brasileiros saíram da miséria. O país reduziu a desigualdade e ingressou na lista de países com alto desenvolvimento humano”.

O trecho do livro citado fala do Governo FHC, pois os livros didáticos procuram sempre não comentar sobre o atual governo, parando a linha do tempo no anterior. Portanto, Veja faz, mesmo sem perceber, uma defesa das políticas sociais do Governo Lula, que realmente, como os programas de incentivo ao crédito, à agricultura familiar, o Fome Zero, etc, que tirou milhares de brasileiros da miséria, reduziu a desigualdade social e aumentou o IDH do Brasil. Estaria Veja condenando as políticas neoliberais de FHC e defendendo as políticas públicas de Lula? Acho que não, Veja está apenas fazendo uma defesa cega do neoliberalismo, mesmo que para isso precise manipular/omitir dados, informações e tempos históricos.

Leia também texto publicado no excelente Blog do Azenha sobre esta matéria, e meu artigo publicado na Revista Urutágua sobre a Veja.

Fonte: www.cassio-nl.blogspot.com

sábado, 19 de abril de 2008

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica

Caros companheiros de luta estudantil, caros colegas acadêmicos.

O Centro Acadêmico de História da FAFIPA – CAHIST em conjunto com o Movimento Vermelho – MoVer torna público a indignação dos Acadêmicos do Curso de História da FAFIPA, cansados de tanto descaso resolveram na noite do dia 16 de Abril de 2008 abandonar as salas de aula e em conjunto ir até a sede administrativa da FAFIPA e cobrar explicações e uma atitude urgente para um problema que incomoda desde o inicio do ano letivo de 2008.
O problema que tanto nos incomoda é a precarização da limpeza das salas de aulas do Centro de Atividades Corporais – CAC, bem como da via de acesso ao mesmo e de todo o prédio (banheiros, corredores, pátio etc.).

A HISTÓRIA
O dia 16 de abril não foi um ato isolado. Há mais de um mês que nós do CAHIST e do Departamento de História - DHI da FAFIPA, vêm cobrando da direção desta a limpeza das salas de aula do CAC. Foram mais de 5 reuniões, 2 documentos protocolados e 1 abaixo assinado. A noite do dia 16 foi a gota d’água!
Em todas essas reuniões que foram feitas com a direção da FAFIPA, escutamos a promessa de que o problema seria resolvido o mais rápido possível. Não foi. Depois de mais pressões acadêmicas nos informaram que o problema era a falta de funcionários, e o diretor da FAIFPA, José Paszczuk, nos afirmou que o problema seria resolvido até o dia 10 de abril. Não foi!
Em uma reunião com o responsável pelo patrimônio da FAFIPA, Antonio Homero Madruga Chaves, no dia 10 de abril, foi pedido ao CAHIST um prazo de 15 dias para que se contratassem funcionários e para que se iniciasse a limpeza das salas de aula e da via de acesso às mesmas. O CAHIST afirmou que 15 dias era muito tempo para se fazer o mínimo para que nós acadêmicos tivessem condições para assistirmos aulas numa sala de aula pelo menos higiênica. Esse mínimo se resumia a passar um pano nas carteiras. Era o mínimo, tirar o pó das carteiras, mas isso também não foi feito.
Durante todo esse processo de discussão do CAHIST, DHI e direção da FAFIPA, todas as outras salas de aula estavam sendo limpas, somente às salas do Curso de História que continuavam com o problema, ou seja, existiam funcionários para limpar todas as outras salas, seja de aula ou da direção, só para o CAC que não existia.

A GOTA D’AGUA
No dia 16 de Abril de 2008, o CAHIST teve a feliz noticia que 5 novos funcionários, relacionados a limpeza, foram contratados e que começariam a trabalhar neste mesmo dia. De fato foi confirmado que os novos funcionários já estavam trabalhando. A nossa esperança era de que pela noite teríamos aulas em salas limpas para estudarmos.
A surpresa foi que ao entrarmos no prédio do CAC, o mesmo se encontrava sujo, as salas de aula imundas, as carteiras cheias de pó, os banheiros impenetráveis de tanta sujeira.
Indignados fomos, enquanto direção do CAHIST, até a sala do responsável pelo patrimônio da FAFIPA com pedaços de papel que os acadêmicos usaram para limpar as carteiras para poderem se sentar e começarem a estudar. lá não tivemos nenhuma resposta convincente para o problema.
Convocamos os acadêmicos em uma assembléia para comunicar o que estava acontecendo. A decisão foi de que não assistiríamos aula enquanto não limpassem as salas de aula. E para que a direção tomasse consciência da nossa indignação resolvemos, CAHIST e acadêmicos, descer até a sede administrativa para cobrar uma explicação e uma atitude da Direção para solucionar o problema e comunicar aos mesmos da decisão dos acadêmicos de não entrar nas salas de aula enquanto as mesmas não tivessem limpas.

AS CONSEQUENCIAS
Muitos acadêmicos de outros cursos da FAFIPA ficaram inconformados com o ato dos acadêmicos de História, alguns chegaram a falar que somos baderneiros e que na verdade estávamos arrumando motivos para não assistirmos aula.
O que temos a dizer a esses colegas é que o CAHIST, o MoVer e os Acadêmicos de História fazem parte de um movimento estudantil sério e comprometido com a qualidade de ensino, um movimento que tem sua base estadualmente.
O ato do dia 16 de abril não foi uma bagunça, foi uma forma organizada de protestar contra o descaso que enfrentamos há 45 dias. Chegamos ao limite da situação. Cansamos de conversas e promessas, o protesto foi à maneira encontrada por nós para que o problema fosse solucionado.
Não é verdade que estamos procurando motivos para não assistirmos aula! A maior prova é que passamos 45 dias assistindo aula com carteiras sujas, chão encardido, banheiros com vazamento de água ou sem água. Passamos mais de 45 dias indo para as salas de aula com os pés cheio de barro porque a via de acesso às salas de aula está completamente cheio de terra e barro. Na verdade, fomos resistentes.
Se foi certo ou não o ato do dia 16 de Abril, iremos avaliar depois. O que podemos concluir é que na manha do dia 17 de Abril de 2008 cinco funcionários foram ao CAC limpar o mesmo e as salas de aula.

CAHIST - Centro Acadêmico de Historia da FAFIPA
MOVER - Movimento Vermelho

segunda-feira, 14 de abril de 2008

“IstoÉ” manipula foto para proteger Serra




PUBLICADO EM 07/04/2008


A revista IstoÉ desta semana mostra – para poucos – que a campanha eleitoral já começou e de que lado está. Para proteger o PSDB e o governador de São Paulo, José Serra, a publicação, contrariando todas as regras do jornalismo, apagou a inscrição “Fora Serra” de uma foto feita durante um protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp.

Mais que isso, o resultado visual inverte o significado da imagem que traz uma placa de trânsito “Pare”, como se quem devessem parar fossem os movimentos, e não as privatizações.

A adulteração de uma foto – passível de processo pelo detentor de seus direitos autorais, no caso a Folha de São Paulo – é plenamente possível hoje em dia com o uso de um programa para tratamento de imagens, como o Photoshop por exemplo, mas é prática condenada no meio jornalístico. O fato escancara o poder de influência camuflada que os meios de comunicação de massa tem para atuar como o que vem sendo chamado de “Partido da Mídia” (PM).

A foto adulterada, de autoria do fotógrafo Cristiano Machado, ilustra a matéria “ O MST contra o desenvolvimento” e mostra integrantes de movimentos sociais bloqueando a rodovia Arlindo Bétio, que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul e Paraná, em protesto contra a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), no dia 24 de março (leia reportagem).


A legenda diz “A exemplo do que ocorreu em São Paulo, em protesto contra a privatização da Cesp, os sem-terra prometem parar estradas em todo o país nos próximos dias”.

A reportagem assinada por Octávio Costa e Sérgio Pardellas criminaliza os movimentos sociais sustentando que “os sem-terra ameaçam empresas e investimentos que geram empregos e qualidade de vida”, sem mencionar que a Aracruz Celulose, a Monsanto, a Cargill, a Bunge e a Vale – citadas pela matéria como exemplos de empresas prejudicadas – respondem a acusações de destruição do meio ambiente, desrespeito aos direitos de povos tradicionais, como quilombolas e indígenas, e exploração de trabalhadores. A matéria tenta desautorizar o MST como um ator político que vá além da luta pela reforma agrária. Diz que “desde 2006, o MST lidera ataques à globalização, ao neoliberalismo e às privatizações – algo que nada tem a ver com a sua luta original”.

Nada é por acaso

A editora Três, que publica a revista IstoÉ, é controlada pelo acionista majoritário do banco Opportunity, Daniel Dantas. O banqueiro tem ligações com fundos de pensões, além de uma participação ativa no processo de privatizações de estatais sobretudo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2007, Dantas superou a concorrência da Rede Record e comprou 51% das ações da editora Três, que estava à beira da falência.

O banqueiro tem uma trajetória de proximidade com outros partidos de direita como o DEM, sobretudo com o falecido político baiano Antonio Carlos Magalhães. Também foi sócio do publicitário tucano Nizan Guanaes. Por diversas vezes, foi alvo de investigações e respondeu a crimes como espionagem e formação de quadrilha. Quando estava à frente da Brasil Telecom, foi acusado de contratar a empresa Kroll para espionar a Telecom Italia.

FONTE: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/201cistoe201d-apaga-foto-para-proteger-serra

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Encontro Estudantil de História:

Caros camaradas, recentemente estive em um encontro estudantil de História, juntamente com o colega Jean (2º ano). O tema foi América Latina Contemporânea e tivemos figuras como Emir Sader e Osvaldo Coggiola. No encontro, diversos grupos de trabalho discutiram o movimento estudantil e a profissão de história, ao final do evento, a Plenária aprovou o seguinte:

Universidade e Movimento Estudantil
1. Construir o MEH por dentro e por fora da UNE;
2. Fortalecer as federações e executivas de curso;
3. Contra as Parcerias Público-Privadas e pelo fim do Ensino Pago, pela federalização do ensino superior privado;
4. Contra a compra de vagas nas universidades privadas e pela transferência dos bolsistas do PROUNI pras universidades públicas;
5. Contra o REUNI, em defesa das universidades públicas e gratuitas;
6. Em defesa das cotas; pela universalização do acesso às universidades públicas;
7. Democracia nas universidades: paridade nos conselhos superiores, voto direto para Reitor, pelo fim das listas tríplices;
8. Contra a criminalização dos movimentos sociais;
9. Contra a Reforma Universitária, pela retirada do PL 7200/06;
10. Contra o Ensino a Distância: em defesa do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.
11. Contra o uso do EAD como substituição ao curso de graduação, mantendo-o como complementação dos estudos;
12. Atenção ao sucateamento da Educação Básica: articulação com os movimentos dos professores e secundaristas;
13. Articulação entre às universidades onde o movimento estudantil já está mais “solidificado” e as otras universidades, no sentido de auxiliá-los nas discussões de ENADE, Reforma Universitária e outros assuntos de âmbito nacional.
14. Boicote ao ENADE.
15. Contra as Parcerias Público-Privadas e pelo fim do Ensino Pago, pela federalização do ensino superior privado;
16. Campanha pela redução das mensalidades e pela revogação da lei 9870/98 de FHC que regulamenta o aumento das mensalidades.
17. Criação de um boletim da FEMEH-Sul, com as principais pautas do movimento estudantil de História e que contenha informações sobre as principais lutas – e a situação – do movimento estudantil em cada universidade.
18. Discutir a produção do conhecimento na universidade bem como a responsabilidade social da mesma. Discutir a proposta de uma universidade popular, que produza conhecimento que realmente atenda ás demandas sociais.
19. Planejar uma atividade conjunta que discuta a democracia hoje e a democracia na universidade.
20. Formulação de um calendário unificado de lutas que contemple as discussões sobre a abertura dos arquivos da ditadura. Proposta de pelo menos um evento conjunto por semestre. Sugestão de datas: março (aniversário do golpe militar de 1964), maio (40 anos do maio de 1968), dezembro (40 anos do AI-5).
Ensino de História
1. Intensificação do debate do ensino da história nas séries iniciais.
2. Intensificação do debate acerca de novas perspectivas para o ensino de história.
3. Fazer a luta por um ensino de história articulado com a realidade concreta.
4. Desenvolver a luta pela indissociabilidade do bacharelado e licenciatura.
5. Luta pela valorização do(a) professor(a) de história.
6. Intensificação na discussão das diretrizes curriculares de história.

Regulamentação da Profissão
1. Luta por um piso salarial da categoria docente junto ao MEC.
2. Luta por um plano de carreira para os professores.
3. Centrar as lutas nos problemas do campo educacional.
4. Que a FEMEH - Sul seja contrária a regulamentação da profissão e organize-se na luta da classe trabalhadora em defesa de condições de trabalho dignas a todos e todas.
5. Lutar pelo cumprimento da Lei que estabelece a exclusividade do ensino da história aos graduados em história, bem como em outras áreas.
6. Buscar esclarecimentos sobre a função dos conselhos profissionais.
7. Aprofundar a discussão sobre a regulamentação no ENEH.
8. Aprofundar a discussão sobre a regulamentação na base.
Moções Aprovadas:
Moção de apoio a luta da mulheres da via campesina no dia 8 de março contra a monocultura de eucaliptos e o agronegócio que provoca a exclusão de camponeses.

Moção de apoio aos trabalhadores do Movimento das Fábricas Ocupadas, que em junho realizarão em Joinville o Tribunal Popular para julgar a intervenção na CIPLA e INTERFIBRA. A luta dos trabalhadores também é a luta de nós estudantes.

Moção de apoio à Campanha das centrais sindicais pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários.

Moção de apoio aos estudantes da UERGS na luta contra o desmantelamento da universidade.

Moção contra a censura do livro História Crítica de Mario Schimidt.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Reunião do Comitê Paranaense de Luta Estudantil

Estimados companheiros, o Comitê Paranaense de Luta Estudantil convoca os DCEs e demais entidades estudantis para dar continuidade em nossas atividades para enfrentar os ataques à Universidade Pública no Estado do Paraná.

Com o objetivo de reorganizar e unificar as lutas contra a Reforma Universitária e Reuni de Lula, contra os ataques a autonomia universitária e arrocho salarial desferidos por Requião, de lutar por mais verbas para a educação, precisamos nos mobilizar em defesa da Universidade e Faculdades públicas.


Em nossa primeira reunião discutimos propostas, algumas delas já estão sendo colocadas em prática, como publicação do boletim, abaixo assinado contra a intervenção do Governador na UNIOESTE; 1° de Abril contra as mentiras do Requião; articulação do ato em Curitiba no mês de Maio..

Portanto, mais um passo será dado para concretização de nossos objetivos. Nesse sentido, nossas mobilizações devem somar forças, seja em encontros, fóruns, comitês e ações de luta estudantil.


A Reunião em Londrina será dia 13 de Abril, às 10h no sindicato da APP, Avenida Juscelino Kubitschek, N° 1834.

Pauta da Próxima reunião:

Informes
Organização do ato em Curitiba
Autonomia Universitária
Repressão
Organização do Comitê Paranaense de Luta Estudantil
Transporte

Já fazem parte do CPLE:
DCEs: UEL, UEM, UFPR, UNIOESTE (MCR), MOVER FAFIPA.

Obs: Maiores informações sobre a reunião em Londrina com o DCE - UEL, e-mail: dce.uel@gmail.com, telefone: 43 33714586

Postado por DCE - Gestão Caminhando - "Em defesa da Educação, os Estudantes não param..."

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Bom ano de 2008

Saudações Camaradas Amigos e Membros do Mover

O ano de 2007 foi um ano de conquistas importantes, de vitórias significativas e erros que nos fizeram pensar como agir nas próximas lutas. Foi o ano de formação de um movimento importante dentro da FAIFPA que fez os acadêmicos refletirem sobre sua atuação e seu papel dentro da Faculdade.

O ano de 2008 mal chegou e já estamos enfrentando uma nova luta que vai servir para consolidar nossas atividades dentro da FAFIPA e nosso crescimento como movimento estudantil.

Essa luta importante que estamos enfrentando será só o começo de nossas atividades em 2008. Esse ano será um dos mais importantes do movimento estudantil em todo o país e nós estaremos presentes nas mais diversas lutas pela melhoria das condições de ensino na nossa faculdade bem como em todas Instituição de Ensino Superior do Paraná e do Brasil.

Será um ano para provarmos a importância do Mover como movimento estudantil que toma grandes proporções e reconhecimento nas demais IES.

O Mover deseja um bom ano a todos e que continuemos movimentando a luta.

Abraço a todos os nossos Camaradas, Amigos Membros e Simpatizantes do Mover.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Todo apoio aos Vestibulandos

O MoVer como parte do movimento estudantil da FAFIPA deixa claro seu apoio a todos os estudantes e sua indignação como mais esta situação de puro descaso com a classe estudantil. Situação típica em todas Instituições Publica de Ensino Superior do país.

O caso da FAFIPA não é um caso isolado do descaso com os estudantes, há pouco vimos o desrespeito com os vestibulandos da UEM no ultimo vestibular de verão, onde muitos vestibulandos foram presos e foram alvos de balas de borracha.

Tanto no caso da UEM como o da FAFIPA, encontramos o mesmo problema, são situações diferenciadas, mas o problema é o mesmo: a falta de respeito com os estudantes e o descaso com as IES do país.

Como já foi dito representantes do MoVer estarão presentes na reunião, estaremos do lado dos estudantes, cobrando do DCE uma postura forte e compromissada com a classe estudantil, pois este é o seu dever como instituição maior de representação estudantil da FAFIPA. Estaremos pressionando a FAFIPA para que tudo seja resolvido e que os estudantes saiam vitoriosos desta situação vergonhosa, pois é esse o nosso papel como um movimento estudantil sério e compromissado.

Toda força aos estudantes.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Valeu ou não Valeu

Valeu ou não valeu?

D. Demétrio Valentini

A pergunta é feita com freqüência. Seja para conferir se o passeio foi bom, se a jogada deu certo, ou se foi válido o gol de impedimento. Valeu ou não valeu?Nestes casos, a resposta não tem muita consistência, e o jeito é resignar-se ao resultado, mesmo que o juiz esteja equivocado, e o jogo perdido. Mas nem sempre é assim. Há situações que não dá para deixar passar, sob pena de sermos irresponsáveis. Como no caso da VALE. Sim, a Companhia Vale do Rio Doce. Aquela, que foi privatizada na metade da década de noventa, pelo governo anterior, abrindo caminho para outras tantas privatizações. Por sorte o governo terminou antes de vender o que sobrou das grandes companhias estatais brasileiras, como por exemplo a Petrobrás, que serve de referência para entendermos a importância da Vale. A Vale era a "petrobrás" dos nossos minérios. Agora, a Vale já não é mais uma companhia estatal brasileira. Com a privatização, se tornou uma companhia particular, mas com o direito de explorar e vender as riquezas de nosso subsolo, que este sim, pela Constituição, continua nacional e não pode ser privatizado. Estranha situação, não é verdade? Pois bem, a cada dia que passa cresce a necessidade de conferir de perto como foi mesmo que aconteceu. Existem evidências de irregularidades no próprio processo de privatização, independente da questão maior de saber se era o caso, ou não, do governo ter privatizado uma companhia tão importante e estratégica para o desenvolvimento nacional, como era a Vale do Rio Doce.(...)

o restante do texto esta neste endereço http://www.avaleenossa.org.br/artigo.asp?id=9&acao=show

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Palestra

No dia 29 de agosto de 2007 as 19:30 o MOVER estará realizando no auditório do DCE FAFIPA a palestra Campanha pela nulidade do leilão da Companhia Vale do Rio Doce - Plebiscito Popular com o palestrante: Henrique Canary.

Henrique Canary é graduado e Mestre em História na Universidade Russa da Amizade dos Povos em Moscou, membro da Organização do Plebiscito sobre a Vale do Rio Doce (Regional Maringá) e faz parte da CONLUTAS.

Estamos pedindo a colaboração de R$ 0,50 para ajudar nas despesas com o palestrante.

Participem.

sábado, 25 de agosto de 2007

REFORMA UNIVERSITÁRIA



Por NILDO VIANA
Professor da Universidade Estadual de Goiás; Graduado em Ciências Sociais; Especialista em Filosofia; Mestre em Filosofia; Mestre em Sociologia; Doutor em Sociologia/UnB.


Reforma Universitária: quem ganha e quem perde?


Uma minoria ganha, a grande maioria perde. Esta é a resposta para a pergunta-título do presente texto. No presente texto seria impossível abordar todos os aspectos envolvidos e por isso iremos destacar alguns elementos e a partir disto apontar quem ganha e quem perde com a referida proposta de reforma universitária.
Iniciaremos apontando quais interesses internacionais estão por detrás da atual proposta de reforma universitária. Ela tem o suporte do Banco Mundial, que não só apresenta propostas como realiza imposições oriundas de seu poder financeiro e força real na condução da política nacional nos países de capitalismo subordinado. A visão da educação do Banco Mundial é mercantil.
A lógica mercantil nas propostas do Banco Mundial pode ser percebida a partir da idéia de submeter o processo educacional ao mercado. A educação perde todos os seus elementos não-mercantis (formação humanista, pensamento crítico) tornando-se mera mercadoria. Isto ocorre, no caso do ensino superior, em todos os aspectos: a oferta do ensino superior se torna a venda de uma mercadoria, a formação do aluno se torna a preparação para o mercado; o conteúdo do ensino se torna utilitário, as instituições estatais de ensino passam a objetivar lucro. As mercadorias são produzidas e quem produz as mercadorias ideológicas do Banco Mundial são aqueles que detém o poder a nível mundial e no próprio banco: os Estados Unidos.Destacaremos um ponto das propostas originadas no Banco Mundial: o fim da gratuidade do ensino.
O fim da gratuidade (Leher, 2004a) vem apenas confirmar que o ensino se torna uma mercadoria, mesmo quando oferecida pelo Estado. Assim, é preciso pagar pelo ensino na esfera estatal, pois o Estado assim diminui seus gastos, de acordo com lógica neoliberal. A idéia de autonomia universitária que vem sendo proposta por essa reforma se fundamenta na idéia de que as universidades devem captar recursos se vinculando a empresas privadas e ao mercado (Leher, 2004b). Na verdade, o que temos é sua total perda de autonomia, já que passa a se submeter ao mercado e também a parcerias com empresas privadas. A cobrança de mensalidades e taxas é apenas um processo de aprofundamento do que já vem ocorrendo com as universidades estatais.(...)


Esta é apenas uma parte dos do texto escrito pelo autor o texto completo esta no endereço abaixo.
Fonte http://www.espacoacademico.com.br/043/43cviana.htm

domingo, 5 de agosto de 2007

Resultados das Assembléias Docentes do dia 01-08

UNIOESTE: paralisação nos dias 02, 03 e 04/08;

UEPG: paralisação dia 08/08;

UNICENTRO: decisão adiada para nova Assembléia Geral no dia 08/08;

UEM: decisão adiada para nova Assembléia Geral no dia 16/10;

UEL: decisão contra o indicativo de greve, nova Assembléia Geral no dia 07/08 para discutir outras formas de mobilização

FAFIPA: Decisão contra o indicativo de greve do dia 01/08, Assembléia Geral no dia 09/08 para discutir outras formas de mobilizações e a construção de um movimento de luta do corpo docente da FAFIPA.

Impulsionados pelo DCE Unioeste M.C.Rondon estudantes vencem! É o fim das taxas na UNIOESTE!!!

O Diretório Central dos Estudantes, do campus de Mal.Cdo.Rondon, e demais entidades alcançaram no dia 02 de agosto de 2007 mais uma vitória importante para os estudantes de toda a Unioeste: o fim das taxas internas. A luta contra o pagamento de taxas e serviços no interior da universidade não é novo. Desde 2004 o DCE de M.C.Rondon, juntamente com estudantes de Cascavel, Toledo e Foz, travou batalhas contra este atentado ao caráter público da Unioeste. Neste mesmo ano, através de um processo de mobilização interna e pressão de nossos representantes no Conselho Universitário, conseguimos acabar com 22 das mais de 50 taxas existentes. Porém, ao mesmo tempo em que algumas foram derrubadas, outras foram criadas e alguns serviços tiveram aumento de preço (resoluções Nº075/2004 e 076/2004).
No ano de 2006, o DCE de M.C.Rondon iniciou novamente esta campanha com o intuito de derrotarmos as taxas restantes. No final deste mesmo ano foi protocolado, por esta entidade, nova minuta de proposta para o fim das taxas. Enviamos e exigimos das instâncias superiores desta universidade que pautassem e não engavetassem documento de tamanha importância aos estudantes, já que para nós a luta pelo fim da cobrança de taxas na Unioeste era lutar contra a privatização da universidade.
No ano de 2007 a campanha não parou, sempre compondo as bandeiras nas mobilizações, paralizações e outras atividades desta entidade. No dia 12/06 paralisamos por RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO, CASA DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO e pelo FIM DAS TAXAS! No dia 02 de agosto de 2007, foi pautada na reunião do Conselho Universitário – COU, a minuta de proposta de extinção das taxas já analisada pelas câmaras da universidade. Com o apoio de outras entidades estudantis (DCEs, CAs) do campus de Mal.Cdo.Rondon, Cascavel, Toledo e Foz, alcançamos o nosso objetivo: O FIM DAS TAXAS!!!! Esta vitória é resultado dos esforços desta entidade e das demais entidades que nos apoiaram e de todos os estudantes que conosco fizeram coro nesta luta.O que o estudante pagava e não pagará mais:1. Carteirinha de Biblioteca – 1ª via2. Carteirinha de Biblioteca – 2ª via3. Certificado de conclusão de Curso – 2ª via e posteriores4. Declaração de matrícula – 2ª via e posteriores5. Guia de transferência – 2ª via e posteriores6. Histórico escolar parcial (informal)7. Histórico escolar final – 2ª via e posteriores (exceto para uso interno)8. Outras declarações9. Requerimento de 2ª chamada de prova10. Confecção e registro de diploma de papel11. Confecção e registro de diploma de pergaminho12. Confecção/impressão e registro de diploma de papel moeda13. Registro de diploma expedido pela Unioeste14. Registro de nova modalidade ou nova habilitação expedida pela Unioeste
Gabriel Paiva
DCE Unioeste Mal.Cdo.Rondon
Gestão “Um Convite à Ousadia”
Construindo na luta a CONLUTE

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Somos uma Classe

Estamos muito perto de mais uma greve nas universidades do Paraná, que coincide com um momento critico da crise do ensino superior em todo o Brasil. As ocupações nas universidades federais são amostras da revolta com o descaso com o ensino superior de qualidade.

No estado do Paraná as coisas não são muito diferentes, o descaso do governo aliado com as políticas contra os servidores públicos e cidadãos esta chegando ao limite da tolerância dos paranaenses.

Isso na verdade esta dando força aos movimentos para se unirem por uma causa que apesar das particularidades de reivindicação de cada setor, a cada dia que passa entende-se que a causa particular de cada um é a mesma causa de todos os outros, a falta de respeito com o trabalhador, à falta de melhorias nas condições de trabalho assim como a falta de investimentos na qualidade de vida do paranaense esta tornando a atuação do governo do estado insustentável.

Os movimentos de lutas estão se unindo em todo país, as organizações de trabalhadores, estudantes, movimentos sociais etc. estão juntos contra as mazelas proporcionadas pelo governo federal (presidente, deputados, senadores e ministros), lutando por melhorias nas condições de trabalho e de qualidade de vida.

Em muitas universidades professores, acadêmicos e funcionários estão unidos pela causa da melhoria nas condições de ensino. Na USP os professores uniram-se aos acadêmicos na ultima ocupação da reitoria e tiveram conquistas, e muitas das suas reivindicações, assim como dos acadêmicos, foram atendidas. Na UEM são os acadêmicos que estão se unindo aos professores na expectativa de uma greve. Os estudantes da UEM compreendem que o grande responsável pela situação dramática da educação é o Governador Requião. Por dois motivos: desvalorização dos professores, que ocasiona a evasão de professores qualificados e por conseguinte a falta deles e pela falta de assistência estudantil (casa do estudante, blocos, laboratórios, etc). Por isso a comunidade acadêmica da UEM está se mobilizando e exigindo que Requião conceda a reposição salarial para os docentes e envie mais verbas para as universidades para resolver os problemas estruturais existentes.

O MOVER, Movimento Vermelho de Ação Política, Social e Cultural, busca a mesma coisa na FAFIPA, tenta criar nos acadêmicos o espírito de classe. O que nós queremos é que os acadêmicos entendam que os problemas de cada acadêmico é o mesmo problema de todos, que os problemas de cada curso são o mesmo de todos os outros cursos.

A falta de professores atinge todos os cursos, essa coisa cretina de professores colaboradores atinge todos os departamentos, prejudicando professores que recebem um salário medíocre e não lhes dão nenhuma segurança trabalhista. Prejudicando os acadêmicos com a rotatividade de professores que sempre acontecem no meio do ano letivo atrapalhando a discussão/debates dos conteúdos das disciplinas. É necessário a construção de uma campanha estadual exigindo a abertura de concurso público para professor efetivo, unificando todas as faculdades e universidades estaduais.

A falta de estrutura para os departamentos, bem como a falta de um laboratório de história é a mesma da falta de uma sala apropriada para as aulas da turma de pedagogia, assim como é também o mesmo problema da falta de um anfiteatro na faculdade.

As atitudes da administração da FAFIPA, como a construção de uma nova sede administrativa com dinheiro disponibilizado pela Fundação Araucária, que era para ser investido em infra-estrutura para pesquisa/ensino, atinge a todos, professores, acadêmicos e funcionários.

A comunidade da FAFIPA, de Paranavaí e região precisam entender a necessidade de unir as lutas, as reivindicações. O retrato nacional prova que os movimentos unidos têm mais força que um único individuo lutando sozinho. A História prova essa afirmação, é só analisarmos as conquistas trabalhistas que aconteceram depois de muita luta e depois que os trabalhadores de todos os setores se entenderam como uma classe e começaram a lutar juntos, só com a união os trabalhadores mudaram suas condições de trabalho melhorando-as.
O Mover quer a mesma coisa, unir os acadêmicos formar uma classe acadêmica dentro da FAFIPA para lutar pela FAFIPA e pela universidade publica. Em agosto com muito mais força, com outro animo vamos levantar uma revolução dentro do movimento estudantil fafipense.

Legal mas Imoral

No mês de maio a Fundação Araucária, instituição do estado que da apoio as faculdades e universidades do Paraná, disponibilizou verbas para todas as faculdade do estado investirem em infra-estrutura de pesquisa/ensino.

A FAFIPA foi à faculdade que recebeu mais verba um total de R$ 325.444,00. Todo esse dinheiro, aliais muito dinheiro, que poderia melhorar muito as condições de ensino e pesquisa da faculdade, será utilizado para a construção de uma nova sede administrativa.

Um único parágrafo da chamada que tornou possível a distribuição de verbas para as faculdades do Paraná deu margem para que a atual administração da FAFIPA utilize o dinheiro dos acadêmicos e professores para a construção de uma nova sede administrativa. Por tanto o projeto é legal.

Mas qual a relevância de uma nova sede administrativa para o ensino e pesquisa de uma faculdade? Do ponto de vista do MOVER, Movimento Vermelho de Ação Política, Social e Cultural, nenhuma. Por que não construir um anfiteatro, salas mais amplas para servir de laboratórios ou reformar as salas de aula, trocar as carteiras etc.? A atual direção da FAFIPA entende que o melhor para o ensino e pesquisa é construir uma nova sede administrativa. Do ponto de vista do MOVER imoral.

Outro ponto que o MOVER não consegue entender. Segundo a chamada 02/2007 da Fundação Araucária o projeto poderia ser elaborado pelos departamentos da faculdade, criando subprojetos que formaria o todo do projeto para ser aprovado pela fundação araucária. A direção da FAFIPA entendeu que um único funcionário poderia muito bem fazer isso sozinho sem consultar as partes mais importantes da faculdade, acadêmicos e professores. Mais uma vez imoral.

Para compensar os departamentos, a atual sede administrativa da FAFIPA será remanejada para abrigar as salas dos chefes e coordenadores dos cursos da faculdade. Mais uma vez as peças principais da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, professores e acadêmicos, são deixados de segundo plano. Para o MOVER imoral.
Esse é o link para que todos possam ver a chamada 02/2007 da Fundação Araucária www.fundacaoaraucaria.org.br/chamadas/CP02-2007.pdf

sábado, 9 de junho de 2007


No Brasil contemporâneo (séc. XXI, novo milênio, 2007, etc.), dentre as várias mazelas sociais que nos afligem diretamente, está a da Educação, na qual, entre outras questões importantes e urgentes, se discute os rumos e prumos do sistema educacional brasileiro. O horizonte vislumbrado é desanimador, independente da matriz ideológica do governo federal, estadual ou municipal. Entra mandato, sai mandato, apenas se discursa sobre os problemas que atingem diretamente os envolvidos nesta questão, ou seja, nós, população em geral.

Sabemos, ou desavisadamente suspeitamos, que tanto na esfera federal quanto na esfera local o problema existe. E é grave. Muito se teoriza sobre como solucionar as questões, mas parece que pouco se faz. No geral é assim (na esfera federal é assim), e no local, como é? No Brasil é assim, e em Paranavaí, como é? Nas universidades públicas federais é assim, e nas faculdades públicas estaduais isoladas, como é? Entendemos que discutir problemas educacionais na esfera local também nos dá condições de pensar e debater problemas na esfera federal, e vice-versa.

A Fafipa é uma instituição de Ensino Superior Público que já conta com 41 anos de existência e abriga a população de todo o Extremo Noroeste do Paraná e tem como objetivos:

1- Ministrar o ensino superior, visando à formação de profissionais ao exercício da investigação e do magistério em todas as áreas do conhecimento, bem como à sua qualificação para as atividades profissionais.
2- Estender o ensino e a pesquisa à sociedade, mediante cursos e prestação de serviços.
3- Realizar intercâmbio científico e cultural, bem como participar de programas oficiais de cooperação nacional e internacional”. (fonte: www. fafipa.br)

Então, caros colegas leitores, fica explícito que a Fafipa tem uma clara função social a cumprir. Em tese, é uma Instituição de Ensino Superior Público, onde a sua comunidade acadêmica é composta por três componentes fundamentais: Alunos, Servidores e Professores (não necessariamente nesta ordem). Os alunos prestam concurso vestibular e permanecem em média na instituição de 04 a 06 anos, dependendo do desempenho no curso; os servidores efetivos prestam concurso público e em média permanecem de 25 a 30 anos na instituição – a mesma situação também ocorre com os professores.

Em teoria, estes três setores, a todo o momento, deveriam usufruir de um equilíbrio funcional que permitisse o excelente desempenho de suas atribuições e funções, quais sejam: aos alunos compete estudar (bastante) e exigir ensino de qualidade a todo momentoSEMPRE; aos professores compete preparar bem suas aulas, qualificarem-se academicamente com cursos de pós-graduação – Mestrado e Doutorado – e aos servidores compete bem organizar os mecanismos de funcionamento da Instituição, zelando pelo seu bom andamento, e também buscar uma melhor qualificação profissional com cursos técnicos, ou até mesmo de graduação. Em tese.

Na prática, percebemos o seguinte: ao longo do seu tempo de existência a Fafipa não obteve êxito no acompanhamento do crescimento da região noroeste do Paraná. Os alunos continuam procurando a entidade porque é uma das únicas opções de Ensino Superior “próxima” da sua localidade de origem. Não se consegue fazer concurso público para servidores efetivos desde meados da década de 1990! Convém lembrar que as pessoas mudam de cidade, mudam de emprego, morrem, enfim não são eternas! Como se resolve isso atualmente? Contratam-se estagiários com tempo de serviço pré-determinado para executar determinada função que originalmente deveria ser ocupada por um profissional concursado! Os estagiários também são vítimas de um círculo vicioso. Afinal não podem executar o seu projeto de vida devido à precariedade de sua posição.

Os professores vivenciam igual situação, pois os cursos de graduação têm sua autorização de funcionamento emitida, mas no momento de efetuar-se um concurso público para preenchimento das vagas, isso não ocorre porque o Governo do Estado, via Secretaria de Ciência e Tecnologia, não autoriza. Qual a solução? Contratam-se professores colaboradores por tempo determinado. Que expectativa se cria? Nenhuma, pois o professor não consegue vislumbrar ascensão funcional dada a precariedade de sua situação!

O último concurso público realizado foi um avanço frente aos anos anteriores, mas não podemos nos acomodar com essa situação. Precisamos que mais professores titulados (Mestres e Doutores) venham desenvolver seus trabalhos acadêmicos aqui. Na atual situação, os cursos de graduação perdem em qualidade de ensino, simplesmente, porque não conseguem uma uniformidade de suas ações acadêmicas. Pesquisa muito raramente consegue-se executar, e a Extensão fica prejudicada, já que a população que cerca a Faculdade não consegue vislumbrar as importantes ações que o Ensino Superior promove.

Não nos enganemos. Essa situação de ensino precário é historicamente construída, não aconteceu por acaso.

Parecia-nos que assistíamos ao circo dos horrores do descaso com a educação superior e não nos incomodávamos. Os recentes fatos ocorridos quando da manifestação de nós acadêmicos por melhor qualidade de ensino, e justamente cobrando a realização de concurso público para docente, demonstram que esta triste questão não está morta como julgávamos. Ficou claro que falta à Direção da Faculdade executar uma ação mais efetiva, mais pragmática, no enfrentamento deste problema.

Pensamos essa ação apresentando o seguinte raciocínio: quando ocorre a disputa eleitoral para a ocupação do cargo de Direção na Fafipa, os grupos se formam (alunos, servidores e professores e comunidade extra-fafipa, sim isso ocorre!) e tomam partido deste ou daquele candidato. O sufrágio é executado - o exercício da democracia, a escolha direta do representante maior da Instituição. Apuram-se os votos e estabelece-se o ranking eleitoral com pesquisa de intenção de voto e tudo o mais (não seria melhor mudar a ordem? Primeiro se faz a pesquisa com intenção de votos e depois apuram-se os votos.).

Vale ressaltar o seguinte: dentre todas as pessoas que ocuparam o cargo de direção na Fafipa, apenas um ou dois não foram os empossados com a maioria dos votos. Por que isso ocorre? Porque o processo de escolha da Direção é baseado numa lista tríplice em que o Sr. Governador do Estado do Paraná indica ao seu bel prazer quem ocupará o cargo. Isso é lógico, pois o cargo de Direção é considerado por lei como cargo de confiança do Governo do Estado.

Não deveria ser assim, mas é!

Só existem dois lados dessa moeda. Ou se encampam as reivindicações dos acadêmicos, ou por omissão, se admite o desmando vindo de cima, abaixa-se a cabeça e lamenta-se pelo leite derramado...

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Nota de apoio aos estudantes da USP:


Caros amigos e companheiros de luta estudantil:

Nós do MoVer (Movimento Vermelho de Ação Política, Social e Cultural) da Fafipa/Paranavaí/Paraná, viemos através desta expressar nosso apoio à causa dos estudantes da USP, que é parte da causa do movimento estudantil de todo o país que luta por melhorias e mais respeito pela Universidade Publica. Ecoar um NÃO a este famigerado decreto do Governador José Serra que fere a consagrada Autonomia das Universidades Públicas é o dever de todos os estudantes deste país.

Aqui no Paraná os problemas são os mesmos, quando o assunto é Ensino Superior, principalmente em nossa Faculdade, faltam professores efetivos, falta uma biblioteca descente, um anfiteatro, falta principalmente respeito para com os alunos, e etc... Por isso, no dia 23 de Maio fizemos um ato público em nosso campus contra a Reforma Universitária com um enterro simbólico, mas real, das Universidades Públicas Brasileiras.

Estamos juntos na luta. Nossas atenções estão voltadas para o que ocorre na USP e estamos espalhando pelos corredores da Faculdade a nossa luta. Contem sempre com nosso apoio... Até a Vitória Sempre!

domingo, 3 de junho de 2007

Trote na Fafipa 2007:


Todo início de ano letivo nas faculdades do país é a mesma coisa, os veteranos sedentos por aplicar um trote e os calouros temerosos pelo que possa acontecer.

Mas neste ano, dois cursos da Fafipa em especial merecem os parabéns pela recepção que promoveram para seus respectivos calouros. O pessoal de Letras e de História deram o exemplo de que trote não precisa ser sinônimo de sujeira, bagunça e humilhação, mas sim um momento de interação e companheirismo entre os acadêmicos.

Letras, já na primeira semana de aula, promoveu uma recepção acalorada no auditório do DCE. História realizou alguns atos de solidariedade. Primeiro os calouros trouxeram alimentos que foram encaminhados à Secretaria de Assistência Social, ajudando a amenizar a fome de algumas famílias; na outra semana, o ônibus do Hemonúcleo esteve presente na Fafipa, e diversos acadêmicos, não só de História, como também de outros cursos, puderam fazer a sua doação de sangue e ajudar a salvar vidas. A repercussão dos trotes foi muito positiva pelos corredores da Faculdade.

Enfim, fica o exemplo para o próximo ano. Para que bagunça? Somos acadêmicos e devemos nos comportar como tal, afinal, por estudarmos em uma faculdade pública, onde quem paga nossos estudos é a população, através dos pesados impostos, devemos dar à comunidade uma resposta satisfatória e cidadã.