segunda-feira, 23 de julho de 2007

Somos uma Classe

Estamos muito perto de mais uma greve nas universidades do Paraná, que coincide com um momento critico da crise do ensino superior em todo o Brasil. As ocupações nas universidades federais são amostras da revolta com o descaso com o ensino superior de qualidade.

No estado do Paraná as coisas não são muito diferentes, o descaso do governo aliado com as políticas contra os servidores públicos e cidadãos esta chegando ao limite da tolerância dos paranaenses.

Isso na verdade esta dando força aos movimentos para se unirem por uma causa que apesar das particularidades de reivindicação de cada setor, a cada dia que passa entende-se que a causa particular de cada um é a mesma causa de todos os outros, a falta de respeito com o trabalhador, à falta de melhorias nas condições de trabalho assim como a falta de investimentos na qualidade de vida do paranaense esta tornando a atuação do governo do estado insustentável.

Os movimentos de lutas estão se unindo em todo país, as organizações de trabalhadores, estudantes, movimentos sociais etc. estão juntos contra as mazelas proporcionadas pelo governo federal (presidente, deputados, senadores e ministros), lutando por melhorias nas condições de trabalho e de qualidade de vida.

Em muitas universidades professores, acadêmicos e funcionários estão unidos pela causa da melhoria nas condições de ensino. Na USP os professores uniram-se aos acadêmicos na ultima ocupação da reitoria e tiveram conquistas, e muitas das suas reivindicações, assim como dos acadêmicos, foram atendidas. Na UEM são os acadêmicos que estão se unindo aos professores na expectativa de uma greve. Os estudantes da UEM compreendem que o grande responsável pela situação dramática da educação é o Governador Requião. Por dois motivos: desvalorização dos professores, que ocasiona a evasão de professores qualificados e por conseguinte a falta deles e pela falta de assistência estudantil (casa do estudante, blocos, laboratórios, etc). Por isso a comunidade acadêmica da UEM está se mobilizando e exigindo que Requião conceda a reposição salarial para os docentes e envie mais verbas para as universidades para resolver os problemas estruturais existentes.

O MOVER, Movimento Vermelho de Ação Política, Social e Cultural, busca a mesma coisa na FAFIPA, tenta criar nos acadêmicos o espírito de classe. O que nós queremos é que os acadêmicos entendam que os problemas de cada acadêmico é o mesmo problema de todos, que os problemas de cada curso são o mesmo de todos os outros cursos.

A falta de professores atinge todos os cursos, essa coisa cretina de professores colaboradores atinge todos os departamentos, prejudicando professores que recebem um salário medíocre e não lhes dão nenhuma segurança trabalhista. Prejudicando os acadêmicos com a rotatividade de professores que sempre acontecem no meio do ano letivo atrapalhando a discussão/debates dos conteúdos das disciplinas. É necessário a construção de uma campanha estadual exigindo a abertura de concurso público para professor efetivo, unificando todas as faculdades e universidades estaduais.

A falta de estrutura para os departamentos, bem como a falta de um laboratório de história é a mesma da falta de uma sala apropriada para as aulas da turma de pedagogia, assim como é também o mesmo problema da falta de um anfiteatro na faculdade.

As atitudes da administração da FAFIPA, como a construção de uma nova sede administrativa com dinheiro disponibilizado pela Fundação Araucária, que era para ser investido em infra-estrutura para pesquisa/ensino, atinge a todos, professores, acadêmicos e funcionários.

A comunidade da FAFIPA, de Paranavaí e região precisam entender a necessidade de unir as lutas, as reivindicações. O retrato nacional prova que os movimentos unidos têm mais força que um único individuo lutando sozinho. A História prova essa afirmação, é só analisarmos as conquistas trabalhistas que aconteceram depois de muita luta e depois que os trabalhadores de todos os setores se entenderam como uma classe e começaram a lutar juntos, só com a união os trabalhadores mudaram suas condições de trabalho melhorando-as.
O Mover quer a mesma coisa, unir os acadêmicos formar uma classe acadêmica dentro da FAFIPA para lutar pela FAFIPA e pela universidade publica. Em agosto com muito mais força, com outro animo vamos levantar uma revolução dentro do movimento estudantil fafipense.

Legal mas Imoral

No mês de maio a Fundação Araucária, instituição do estado que da apoio as faculdades e universidades do Paraná, disponibilizou verbas para todas as faculdade do estado investirem em infra-estrutura de pesquisa/ensino.

A FAFIPA foi à faculdade que recebeu mais verba um total de R$ 325.444,00. Todo esse dinheiro, aliais muito dinheiro, que poderia melhorar muito as condições de ensino e pesquisa da faculdade, será utilizado para a construção de uma nova sede administrativa.

Um único parágrafo da chamada que tornou possível a distribuição de verbas para as faculdades do Paraná deu margem para que a atual administração da FAFIPA utilize o dinheiro dos acadêmicos e professores para a construção de uma nova sede administrativa. Por tanto o projeto é legal.

Mas qual a relevância de uma nova sede administrativa para o ensino e pesquisa de uma faculdade? Do ponto de vista do MOVER, Movimento Vermelho de Ação Política, Social e Cultural, nenhuma. Por que não construir um anfiteatro, salas mais amplas para servir de laboratórios ou reformar as salas de aula, trocar as carteiras etc.? A atual direção da FAFIPA entende que o melhor para o ensino e pesquisa é construir uma nova sede administrativa. Do ponto de vista do MOVER imoral.

Outro ponto que o MOVER não consegue entender. Segundo a chamada 02/2007 da Fundação Araucária o projeto poderia ser elaborado pelos departamentos da faculdade, criando subprojetos que formaria o todo do projeto para ser aprovado pela fundação araucária. A direção da FAFIPA entendeu que um único funcionário poderia muito bem fazer isso sozinho sem consultar as partes mais importantes da faculdade, acadêmicos e professores. Mais uma vez imoral.

Para compensar os departamentos, a atual sede administrativa da FAFIPA será remanejada para abrigar as salas dos chefes e coordenadores dos cursos da faculdade. Mais uma vez as peças principais da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, professores e acadêmicos, são deixados de segundo plano. Para o MOVER imoral.
Esse é o link para que todos possam ver a chamada 02/2007 da Fundação Araucária www.fundacaoaraucaria.org.br/chamadas/CP02-2007.pdf